sábado, 13 de novembro de 2010

DE CAMAMU A PORTO SEGURO

Planejamos sair de Camamu no sábado bem cedinho, com a maré alta , para evitar as ondas que se formam na barra, na vazante da maré. Não deu certo, tivemos que voltar porque o vento estava muito forte e as ondas na barra estavam muito altas. Em Camamu eu não tinha acesso a internet, então não tinha como saber como estaria o estado do mar. Conversei com o Jaime Vidal, amigo velejador baiano(veleiro Punga), que estava por lá e ele me recomendou sair no dia seguinte que o mar estaria mais calmo. Saímos novamente no domingo, ao nascer do sol e pegamos um mar mais calmo e vento mais fraco. Mesmo assim , a navegada foi incomoda pois o vento estava fraco de NO e as ondas ( 2m) de NE. Isso fez com que o barco balançasse bastante.

A chegada em Ilheus , 10 hs depois, também não foi fácil, pois o vento rodou para NE e apertou, chegando a 20 nós. O Iate clube de Ilhéus não tem abrigo para vento NE e as ondas entravam lá dentro. Não havia poitas disponíveis então coloquei ancora com 60m de cabo e fomos para uma pousada, pois era impossível ficar dentro do barco, ele pulava como um cabrito.
No terceiro dia  em Ilheus , decidimos ir para Porto Seguro. Abastecemos o barco e quando estávamos saindo, chegaram os veleiros  Gipsy Wind do Carlos e o Blu do Cláudio. Conversamos sobre os nossos planos de navegação . Eles pretendiam sair no dia seguinte para Sto. André.
chegada a Porto Seguro

 Saimos de Ilheus ao meio dia com destino a Porto Seguro. O mar estava mais organizado com ventos  de L de 15nós e ondas de L de 1,5m. Teríamos 18hs de navegada com chegada prevista para o amanhecer do dia seguinte. Durante a noite o vento apertou para 20nós e a onda aumentou um pouco (2m), mas a navegada foi muito boa. O barco estava firme por ter vento e onda de través e andou muito. Chegamos 1h antes do previsto e ao amanhecer estava avistando Porto Seguro. Durante toda a noite avistei apenas um pesqueiro .

os recifes aparecendo 
Na chegada em Porto seguro estava com um dilema, pois tinha tres rotas de entrada no porto e as tres eram divergentes. Qual seria a correta? A entrada de Porto Seguro  tem que ser feita passando muito perto dos recifes e dos bancos de areia e no meu caso, que o Easy tem 2,10m de calado, isso só pode ser feito na maré cheia, justamente quando os bancos e recifes estão incobertos. Entrei 1 hora antes da maré cheia , assim caso encalhasse era só esperar a maré subir mais para sair. Decidi seguir a rota da carta eletrônica CCGold . Me dei mal, logo depois da passagem do mangrulho dos recifes eu encalhei. A carta CCGold estava errada . Como eu estava bem devagar, sai fácil do encalhe e guinei para um novo rumo, dessa vez o indicado pelo Sergio Macedo, no Guia Náutico da Bahia. Deu certo e pudemos chegar em segurança no trapiche do  Hotel Quinta do Porto, lugar muito legal e com ótima estrutura para velejadores.

Marina Quinta do Porto em Arraial D'ajuda
Agora vamos curtir Porto Seguro.

domingo, 7 de novembro de 2010

CAMAMU

Saímos de Itaparica na quarta feira, nos despedindo dos amigos , com saudades dos belos dias que passamos lá. Fomos para Morro de São Paulo apenas para um pernoite. Foi uma bela velejada com vento de través e mar calmo. Chegamos no morro e estava acontecendo um campeonato de Hoby Cat. Encontramos por lá amigos do sul participando. No dia seguinte, bem cedo, partimos para Camamu, novamente num dia de vento fraco e mar calmo. Chegamos lá no início da tarde e ancoramos no campinho, um lugar muito tranquilo.


No dia seguinte fomos conhecer a localidade de Cajaíba. Lá existem vários estaleiros de escunas , que são feitas de forma artesanal, passando a técnica de pai para filho.



Presenciamos a construção de  uma canoa de um só pau, que imaginavamos que não era mais construída.




No dia seguinte aproveitamos para fazer compras e pegar uma praia, já que  continuaríamos nossa viagem para o sul, com a próxima parada em Ilheus, 60 milhas e 10 horas mais ao sul.
Abaixo o Marquinho e seus amiguinhos baianos .

MARAGOGIPE

Aproveitamos a passagem por Salvador para conhecer o rio Paraguassu e a cidade de Maragogipe. É uma viagem no tempo, por lugares que permanecem da mesma forma a séculos.

Ao subir o rio presenciamos a passagem de vários saveiros. São barcos a vela , sem motor , que transportam carga entre as cidades as margens do rio e Salvador.
A cidade de Maragogipe é muito antiga, com uma arquitetura do período de ouro do cacau e do tabaco. A cidade possuia uma fábrica de charutos.







Existe um antigo convento, próximo a Maragogipe, que foi construído no século XIX. São muitas construções antigas as margens do rio.

Dormimos ancorados em frente o trapiche da cidade, numa noite muito tranquila, com o rio espelhado. No dia seguinte descemos o rio admirando a paisagem de suas margens.